Verão - À flor da pele
Saiba como se preparar para a estação mais quente do ano
Oficialmente, o verão começa dia 21 de dezembro, mas em boa parte do país a temperatura já passa dos 30ºC. Sol, praia e piscina tornam-se atrativos para o lazer e descanso. É o momento de curtir praias e piscina -- e também de ter cuidados redobrados com a pele, pois alguns problemas costumam aparecer com mais frequência nessa época do ano, como explica aqui a Dra. Carolina Marçon, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Começando pelas micoses. Segundo a especialista, uma das mais comuns no verão é a pitiríase versicolor, que, ao contrário do que se pensa, não é adquirida na praia ou piscina - mas apenas "revelada" quando se expõe o corpo ao sol. O fungo causador da doença habita a pele de todas as pessoas e, em algumas delas, se desenvolve produzindo manchas. "Muitas vezes, a doença é percebida poucos dias após a exposição da pele ao sol, porque, nas áreas da pele afetadas pela micose, a pele não se bronzeia. Com o bronzeamento ao redor, ficam perceptíveis as áreas mais claras onde está a doença e a pessoa acha que pegou a micose na praia ou piscina. Entretanto, o sol apenas mostrou onde a micose estava."
Outra doença de pele típica da estação mais quente do ano é o bicho geográfico, causado por parasitas intestinais de cães e gatos que, ao defecarem na terra ou areia, deixam os ovos nas fezes e estes se transformam em larvas que irão penetrar na pele. "Por estar na pele humana, a larva não consegue se aprofundar para atingir o intestino (o que ocorreria no animal) e caminha sob a pele formando um túnel tortuoso e avermelhado. É mais comum em crianças e as lesões são geralmente acompanhadas de muita coceira. Os locais mais atingidos são os pés e as nádegas, por isso deve-se evitar andar descalço em locais frequentados por animais", afirma a Dra. Carolina.
A herpes labial também pode incomodar mais no verão. Causada por um vírus, a contaminação ocorre geralmente na infância, mas raramente a doença se manifesta nessa época. "A reativação do vírus pode ocorrer na idade adulta devido a diversos fatores desencadeantes, como exposição à luz solar intensa, fadiga física e mental, estresse emocional, febre ou outras infecções que diminuem a resistência orgânica. Os sintomas geralmente aparecem na primeira ou nas duas primeiras semanas da exposição ao sol. As lesões podem aparecer na gengiva, na boca, na garganta ou no rosto", comenta a médica.
A Dra. Carolina adverte também para a fitofotomelanose, uma manifestação alérgica na pele causada pela exposição ao sol após contato de alguma região do corpo com plantas ou suco de frutas, principalmente limão, laranja e tangerina. O formato das manchas depende da exposição da pele às substâncias, sendo frequente lesões pontilhadas causadas por respingos de limão espremido. Outros produtos, como perfumes e refrigerantes, também podem causar a reação. A dermatologista explica que o desaparecimento das manchas ocorre de forma espontânea e gradativa, devendo-se proteger a pele da exposição ao sol com filtros solares potentes.
Outro problema que costuma aparecer com mais frequência no período de temperaturas elevadas é a melanose solar, ou mancha senil, provocada pelo sol que danifica a pele ao longo dos anos. "As melanoses solares são mais comuns em pessoas de idade, daí o nome 'mancha senil'. O dano solar acumulado ao longo do anos induz o aumento do número de melanócitos e de sua atividade, produzindo mais melanina e escurecendo a pele. As manchas surgem apenas nas áreas que ficam muito expostas ao sol, como a face, o dorso das mãos e dos braços, o colo e os ombros."
Como manter a pele saudável sob o sol
Para três regiões brasileiras - sul, sudeste e centro-oeste – e dez estados, incluindo o Distrito Federal, o horário de verão traz dias mais longos, coincidindo com a maior incidência de radiação solar. A pele, maior e mais exposto órgão do corpo humano, é quem mais sofre nessa temporada. Segundo o Dr. Alderson Luiz Pacheco, cirurgião plástico de Curitiba, a pele é um reflexo das escolhas que são feitas ao longo da vida, como uso de protetor solar, hidratantes, o tipo de maquiagem (e a sua retirada depois), higiene, alimentação saudável, sono de qualidade, prática regular de exercícios físicos, entre outros. No entanto, o Dr. Pacheco lembra que não é só com a exposição ao sol que as pessoas devem se preocupar. Nessa época é comum o aparecimento de alergias, dermatites de contato – uma forma de hipersensibilidade a produtos de limpeza ou bijuterias - e infecções fúngicas, como a caspa. “Nos dias quentes, a umidade da pele aumenta, o que favorece o crescimento de fungos e facilita o surgimento destes problemas”, comenta.
Mas o médico ressalta que, com simples cuidados, é possível prevenir doenças e manter a pele saudável e bonita no verão. “A prevenção pode ser feita em três etapas: limpeza correta, hidratação e proteção. Independentemente do tipo de pele, é importante lavar o rosto duas vezes ao dia, usar sabonete líquido na hora do banho, aplicar protetor solar diariamente nas áreas mais expostas ao sol, não espremer espinhas e sempre retirar a maquiagem antes de dormir”, ensina o especialista.
A hidratação é fundamental para garantir a integridade da pele - e isso se faz com o uso de produtos de qualidade, que contenham ureia, ácido lático, lactato amônia, entre outros ingredientes.
Vale lembrar que a pele, por ser um órgão externo, é capaz de mostrar o ritmo do nosso cotidiano. Sol em excesso, vento, bebida alcoólica, noites mal dormidas, ar-condicionado e fumo, entre outros fatores nocivos, podem causar ressecamento crônico da pele e levar a um aparecimento precoce de rugas.
Fonte: ABCFARMA