Hipertensão afeta mais mulheres que homens
Artigo escrito pelo cardiologista Everaldo Barbosa Ribeiro
Há quem acredite que os homens são menos preocupados com a saúde do que as mulheres, mas uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde revela que, ao menos no caso da hipertensão, o público feminino parece estar se descuidando mais ou realizando mais diagnósticos.
De acordo com o estudo, a doença é mais comum entre as mulheres (26,9%) que entre os homens (21,3%). Em Salvador, o percentual é ainda maior. Na capital baiana, 27,4% das mulheres são hipertensas contra 23,7% dos homens.
A hipertensão arterial é uma doença crônica caracterizada por elevação da pressão do sangue nas artérias de forma prolongada.
Os valores considerados normais vão depender da idade e comodidades associadas.
A patologia é multifatorial, podendo ser decorrente da alimentação, estresse, problemas renais, sedentarismo ou abuso de drogas lícitas ou ilícitas. O histórico genético também tem alto peso sobre a incidência da hipertensão. Se o pai e a mãe têm, a chance é de 50%.
Se apenas um dos genitores possui, vai para 30%, segundo informações da Sociedade Brasileira de Hipertensão. Na maioria das vezes, ela é completamente assintomática, sendo conhecida como a doença que mata em silêncio. Justamente por isso, normalmente, leva ao diagnóstico tardio.
É possível perceber os sintomas nos picos de pressão alta apenas quando a doença não é crônica. Entre os mais comuns estão desconforto no peito, dores de cabeça, na nuca e visão com pontos cintilantes. Quando um indivíduo apresenta uma hipertensão arterial grave ou prolongada e não tratada, apresenta ainda vômito, dispneia ou falta de ar, agitação e visão borrada decorrência de lesões que afetam o cérebro, os olhos, o coração e os rins.
A elevação da pressão arterial está diretamente ligada ao aumento do risco de infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral, podendo causar também insuficiência cardíaca e renal.
A doença é responsável por 45% dos ataques cardíacos e 51% dos acidentes vasculares cerebrais, segundo a Organização Mundial da Saúde. De acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão, um em cada três brasileiros sofre com a pressão arterial elevada.
Dispomos de diversos exames para diagnosticar e estratificar o grau da hipertensão arterial, orientando e direcionando o melhor tratamento, que vai depender do grau da hipertensão arterial. Iniciando com mudança no estilo de vida (dieta hipossódica, perda de peso, atividade física) podendo ou não ser associado ao uso de medicamento.
Portanto, mantenha acompanhamento regular com o seu médico. O diagnóstico e tratamento precoce pode minimizar os riscos de complicações no futuro.
Fonte: Tricenter