Meningite, não! H1N1, sim?
No último mês de março a enquete do Portal Multmais perguntou aos internautas se eles já haviam se vacinado contra a meningite. A maioria – 86,84% - disse não, apesar da doença já ter causado 23 vítimas fatais na Bahia apenas neste ano. Já no mês de abril, o tema da enquete foi a gripe H1N1. O resultado surpreendeu. Diferente da primeira, a segunda pergunta revelou que 85,71% dos visitantes do Portal pretendem se vacinar. Apesar disto, o número vai na contramão de dados do Ministério da Saúde – que, recentemente, divulgou resultados abaixo da meta de vacinação.
Desconfiança, medo de efeitos adversos e falta de informação. Esses são os possíveis motivos para justificar a ausência da parcela da população brasileira que ainda não compareceu aos postos de saúde. Até o último dia 28 de março, no início da tarde, 40 milhões de doses haviam sido aplicadas, segundo o Ministério da Saúde, o que representa 64% do público-alvo da campanha. Adultos com idade entre 20 e 29 anos são os responsáveis pela menor cobertura registrada até agora, 61%. Entre as gestantes o alcance foi de 68%. Os doentes crônicos tiveram participação de 64,3% contra 96% das crianças convocadas e 100% dos profissionais de saúde com experiência em atendimento de casos suspeitos.
A Bahia – terceiro lugar na pior cobertura de vacinação do país – imunizou, até o dia 05 de abril, 22,58% das 331.411 crianças menores de dois anos. Quanto às grávidas apenas 11,23% das 273.510 delas receberam a dose da Secretaria de Saúde do Estado. Com relação a este público a Bahia fica atrás apenas do Acre.
Para estimular as pessoas a buscar a vacina contra a gripe suína, como é popularmente conhecida, já foram investidos R$ 21,4 milhões em propaganda com esclarecimentos sobre a campanha, que também gerou o envio de 75,8 mil e-mails e 80 milhões de mensagens para celular – uma parceria, sem custos, com operadoras de telefonia, segundo informações do Jornal do Brasil, no Rio de Janeiro. O objetivo é vacinar pelo menos 80% do público-alvo da campanha, o que significa 72,8 milhões de pessoas no país. Noventa e um milhões é o total de indivíduos nos grupos de risco.
Aparentemente, no Brasil e em alguns outros países, as pessoas receberam com desconfiança a notícia sobre a vacina contra a gripe H1N1, que surgiu no México e nos Estados Unidos há um ano e matou 17.770 pessoas em 213 países, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Apesar do índice, a gripe não foi letal como se imaginava. Primeiro, foram questionados os lucros das farmacêuticas com a venda do Tamiflu – então, principal medicamento de combate à gripe, depois foi a vez de discutir o anúncio de pandemia pela OMS – que foi acusada de exagerar no alerta. Por fim, a rapidez com que surgiu a vacina, que, agora, teve o prazo de validade revisto pelo governo, despertou receio em parte das pessoas. Apesar dos acontecimentos, médicos infectologistas defendem a segurança da vacina e a importância de imunizar a população.
Diferente da dose contra a meningite, que custa entre R$90 e R$120 para pessoas com idade acima de cinco anos - o que pode justificar o resultado da enquete de março do Portal Multmais - a vacina da gripe H1N1 é gratuita para diferentes grupos de risco e está disponível nos principais postos de saúde do país. Escolher tomá-la é uma questão pessoal. No entanto, é aconselhável, no caso de dúvida, buscar informações com especialistas para que esta decisão não comprometa a saúde.
Calendário de Vacinação - Os prazos para imunização de gestantes, doentes crônicos, jovens de 20 a 29 anos e crianças de 6 a 23 meses – que já foram contemplados pelo calendário – foi prorrogado para o dia 07 de maio. A imunização de pessoas com mais de 60 anos começou no sábado passado, 24. Entre os dias 10 e 21 de maio será a vez de adultos com idade entre 30 e 39 anos.
Dúvidas sobre a Gripe H1N1?
Acesse o Portal do Ministério da Saúde: www.saúde.gov.br